26 junho, 2007

alice & baco bacana no país da banana



ALICE RESOLVEU DAR UM TEMPO & parou pra tomar um trago com um cara estranho com um chapéu meio barroco & roupas saídas de algum bazar hans staden & lá pelas tantas da madrugada ela apanhou um manuscrito empoeirado em algum canto & sussurrou coisas impublicáveis, dizendo entretanto, que quem estava dramatizando o papel era eu. Imagina só: Fulano, Beltrano & Ciclano jamais aprovaram alguém com menos de um metro & sessenta falando coisas sérias & é claro que isso exclui as atrizes senão, o que seriam das lagartixas? A bem da verdade, coca-cola & macieira é uma mistura perturbadoramente infernal & dá fluidez ao espírito. Alice subiu no primeiro carro que surgiu, desconsolada com leituras dramáticas & cantadas baratas: desconfio que o faça por uma saudade danada do cheiro das glicínias na primavera & qualquer dia desses é capaz de tornar-se uma roira perfidamente sutil, ao som de uma rumba louca em pleno carnaval. Era uma vez nos anos cinqüenta & lá se foi a turma mais animada que se tem notícias. Quando o Estranho Simpático adentrar no saloon grounge, já irá longe a gaivota psicodélica que jamais fez verão acompanhada da salada insosa & desvairada em que se tornou as cabeças pensantes dessa cidade. Ao fim da noite, sucumbo ao sabor da felicidade & acqua fresca ao lado de um corpo claro & satisfeito & confabulo olhando pro teto quadriculado a procura de estórias & achando que todos chegaram (sempre chegam) a alguma definitiva conclusão: depois da invenção da roda, o que realmente faz a diferença é a banana.
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wallace puosso


Esse conto remete ao carnaval de 93, num típico carnaval de salão, com banda ao vivo, decoração lúdica e uma enorme mesa com frutas tropicais. Um conto com o bom humor que permeava as mesas do bar grounge 26º no final das noites e a Alice, metáfora de uma paixão quase secreta. HÁ TEMPOS SÃO OS JOVENS QUE ADOECEM...
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