20 agosto, 2009

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então, continuando...


eu moro num lugar esquisito pra caramba. falo “esquisito” porque é mesmo! as coisas nunca acontecem de fato por aqui. cidade-dormitório, sabe como é? o figura trabalha o dia todo numa embraer, gm ou petrobras da vida, chega cansadão e vai pra frente da televisão e dorme ou dorme sem televisão mesmo. e eu aqui nesse lugar, insistindo em fazer arte, pra quem mesmo? já me aventurei a morar em são paulo, a trabalhar com arte em são paulo, mas no fim das contas, a merda é quase a mesma (só que maior), e o cheiro parece ser diferente. e aí tem dias que você fica numa neura de querer fabricar gás laranja pra ver se dá uma chacoalhada geral na mesmice hibernada dessa cidade. ou colocar laxante na caixa d’água central pra ver se acontece alguma coisa dramaticamente emocionante. o que dá de neguinho metido a artista por aqui, é um balaio só. tem poeta que erra o português, tem cineasta que tem a cara de pau de usar o cinema como desculpa pra comer as meninas que se encantam com cineastas, tem ator que manda email pra todo mundo, dizendo que vai se matar. e você ainda acha que é fácil, é? fácil não é, mas o que já está ruim, dá pra parcelar. assim a gente sente menos. sem chance.


wallace p. /2009

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6 comentários:

  1. KkkkkKKkk...
    muito foda!
    Excelente,brow.

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  2. Nossa... Eu queria rir, porque foi engraçado de verdade, mas foi um desabafo e eu não vou rir por isso. As pessoas perderam o senso, se perderam por dentro, são meros espectadores de suas vida improdutivas, e o que fazem? Atrapalham a dos outros.
    Eu queria que tu conseguisse fabricar gás laranja e colocar laxante na caixa d'água central ia ser fantástico. kkkkkkkkkkkkk
    Pelo menos iria haver produções genuínas né? kkkk
    Beijos

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  3. Tira um tempo pra descansar debaixo de uma árvore frondosa, logo ali próximo a igreja luterana.
    abraços

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  4. Puosso,

    lembrei-me de um conto infanto-juvenil que andei lendo esta semana. Narrava-se o cotidiano sem graça de um lugarejo que só mudou quando o dono do armazém trocou as mercadorias dos seus consumidores, o que fez a cidade se agitar.

    A coisa so inesperado, do erro, do improviso.

    Valeu a presença no Equador. Vou linkar teu blog.

    Abraço forte, camarada.
    Continuemos...

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  5. cara vc disse tudo, nossa cidade hiberna e nada expressivo acontece para abalar este sono, é a própria “Caverna de Platão”. O papel do artista é árduo, a vida é árdua, porém a arte é a beleza no caos, luz q nos revela o caminho...

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  6. Cara adorei, vc não tem noção...
    hahahahah e eu devo me encaixar num destes dos erros de portugues, pior não sou poeta, logo não tenho licença poetica... dai q é o fim.
    rsrsrrs

    fantastico adorei

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