Espetáculo: Maria Peregrina (Cia Teatro da Cidade)
choro
A área de representação é demarcada por um tecido de retalhos com aproximadamente 4m x 3m. Ao fundo da área de representação, uma paisagem em perspectiva. Na parte inferior direita, fora da área de representação, fica o local onde os atores trocam de roupa, compõe personagens e armam a cenografia de cada cena.Tereza e Aventino encontram-se após muitos anos.Ela lhe entrega uma rosa e um sorriso.
TEREZA: Aventino, eu... (BEIJAM-SE COM ARDOR)
AVENTINO: Foi como se aquele beijo trouxesse à tona toda a desilusão, a tristeza e a dor do abandono de anos atrás. Então, naquele exato momento eu já sabia. Tereza não podia ser minha. E aquela história acabava ali. (NO MEIO DO BEIJO, LEVANTA A ROSA E, NUM GESTO SIMBÓLICO, APERTA-A CONTRA AS COSTAS DE TEREZA
TEREZA: Eu quis dizer a Aventino que o tempo e a distância não eram nada, mas ele não esperou. Entre o segundo e o terceiro beijo, o frio da lâmina traspassou meu corpo. Perdi o fôlego e a vontade de dizer. Te amo. Chorei um choro mudo, silencioso, chorei por dentro a dor do desabandono, do desamor, de qualquer coisa que já havia sentido. (TEREZA VAI ESCORREGANDO LENTAMENTE PELO CORPO DE AVENTINO ATÉ CAIR DESFALECIDA)
Nesse instante, a platéia tenta disfarçar as lágrimas, em vão.
Cada um ali, era um tanto Aventino, outro tanto Tereza.
O amor nunca tem explicação.
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O amor sempre tem explicação.Nós é que não sabemos ler.
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