24 julho, 2011

vizione del silencio



Solidão e incomunicabilidade.
Em meio à aventuras ruidosas e roteiros óbvios que Hollywood produz, Antonioni destaca-se como poeta de imagens (plasticamente) bem elaboradas e filma o silêncio/solidão com uma desesperada elegância.
Na obra antoniana, o silêncio diz mais que mil palavras. Fina estampa. "Vizione del Silenzio", assim Caetano inicia sua canção em homenagem ao mestre. Esquinas vazias, páginas em branco, poemas concisos. Sete versos, vinte palavras. No cruzamento onde se encontram a concisão da poesia cantada com a estética - perfeita - gravada no celulóide, Caetano e Antonioni parecem afirmar: menos é mais.
O homem moderno parece ter perdido o sentido da palavra, do primitivo, da essência: está condenado – como "Entre Quatro Paredes" de Sartre – ao vazio existencial e a ser consumido pelo tédio.
A contrário do cinema moderno, Antonioni é um artista do essencial, como poucos.
Mínimas palavras, cenas que dizem mesmo sem dizer.




wallace puosso
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